Mesmo sem repetir “amasso” da Supercopa, mistão rubro-negro controla jogo amarrado na revanche alvinegra e deixa bem encaminhada a classificação para a semifinal do Carioca
Por Thiago Lima — Rio de Janeiro
“Não é fácil ganhar do atual campeão brasileiro e da América”, como bem disse Filipe Luís em entrevista coletiva. Feito que o Flamengo conseguiu duas vezes em 10 dias. E com dois times diferentes: 3 a 1 na Supercopa do Brasil com a cavalaria e agora 1 a 0 no Campeonato Carioca com um mistão rubro-negro.
Na noite da última quarta-feira, o Flamengo foi a campo no Maracanã com três titulares neste início de temporada (Wesley, Léo Ortiz e De la Cruz) e mais Arrascaeta, que deve voltar a figurar no time principal quando recuperar o seu melhor ritmo. Mesmo sem repetir o “amasso” que deu na Supercopa, o mistão rubro-negro dominou a maior parte de um jogo amarrado.
O primeiro tempo foi jogado quase todo no campo de ataque do Flamengo, que teve 63% de posse de bola contra 37% do Botafogo e cinco finalizações contra duas (reparem na diferença dos mapas de calor na imagem acima). O rival voltou melhor na etapa final e chegou a virar o placar das finalizações (7 a 6), mas o controle rubro-negro da partida se manteve.
O único perigo real que sofreu foi a cabeçada de Igor Jesus que Varela salvou em cima da linha, aos 28 do segundo tempo (veja no vídeo acima). Bom lembrar que o chute de Alex Telles, que Danilo corta quando a bola já havia passado de Matheus Cunha, não entra para a estatística porque o lance foi invalidado por impedimento. O Flamengo também criou pouco, mas teve duas chances claras:
A primeira logo nos primeiros segundos de jogo, quando Luiz Araújo deixou Juninho cara a cara com John, mas chutou em cima do goleiro.
Curioso que Filipe Luís se surpreendeu com a formação inicial do Botafogo, com um losango no meio de campo, e achou que a equipe melhorou após acertar os posicionamentos na parada técnica do primeiro tempo. Só que o melhor momento do Flamengo no jogo foi antes disso, quando teve a chance clara com Juninho e conseguia pressionar a saída de bola do rival.
Por ter controlado a partida pela maior parte do tempo e ter sido mais perigoso, o mistão do Flamengo teve uma vitória justa. Mas é preciso pontuar que o jogo poderia ter sido outro se De la Cruz tivesse sido expulso aos 32 minutos do primeiro tempo, após acertar com o antebraço o pescoço de Matheus Martins. E convenhamos, não seria nenhum exagero o cartão vermelho.
Scout – Flamengo x Botafogo
| Quesito | Flamengo | Botafogo |
| Posse de bola | 60% | 40% |
| Finalizações (no alvo) | 6 (2) | 7 (3) |
| Chances de gol* | 2 | 1 |
| Passes (precisão) | 534 (88%) | 351 (80%) |
| Desarmes | 7 | 17 |
| Escanteios | 6 | 4 |
| Faltas | 15 | 14 |
| Impedimentos | 0 | 4 |
Mas também não dá para apagar os méritos do time por um erro da arbitragem ou pela confusão generalizada no fim, que culminou nas expulsões de Gerson e Cleiton. Filipe Luís tem muito crédito em continuar tendo resultados mesmo trocando praticamente a escalação toda de uma rodada para a outra. E isso é o dedo do técnico que mais empolga a torcida desde Jorge Jesus.
Filipe Luís e jogadores aplaudem torcida do Flamengo após a vitória — Foto: Gilvan de Souza & Paula Reis / CRF
