Petista classificou o episódio como ‘incidente’ causado pelo ‘calor do embate’; deputado do PL disse que vai acionar o Conselho de Ética.
BRASÍLIA|Do R7
A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) mostrou a língua para o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) durante a sessão plenária da Câmara desta quarta-feira (19). Na ocasião, o parlamentar do PL discursava a favor do projeto de lei 1904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio. O deputado do PL afirmou que vai levar o caso ao Conselho de Ética, já a assessoria de imprensa da parlamentar petista justificou que a ação “foi ocasionada pelo calor do embate”.
Imagens da TV Câmara captaram o momento em que Carol passa por trás de Chrisóstomo, que usava o microfone na tribuna, e mostra a língua.
“É assim que os esquerdistas agem quando estão sendo confrontados. É inadmissível esse tipo de atitude dentro desta Casa. Total falta de respeito! Agora, imagina se fosse o contrário, o quanto eles não estariam gritando? Por muito menos eles me representariam. Tomarei providências com os órgãos responsáveis”, afirmou o deputado.
Em nota, a assessoria da deputada Carol Dartora citou o episódio como um “incidente” que o projeto de lei em defendido pelo parlamentar do PL “afeta diretamente a vida de nós mulheres negras e de nossas crianças”.
“O embate reverbera, ainda mais, o ambiente violento que vivemos cotidianamente dentro desta Câmara, especialmente na fala do deputado que disseminou fake news, ódio e violência contra os corpos femininos e, infelizmente, no calor do momento, reagi em protesto”, completou.
O projeto de lei em questão tem causado polêmica e dividido opiniões dos parlamentares nas últimas semanas. Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que irá formar uma comissão com parlamentares para debater a proposta. Ele não deu detalhes sobre a comissão que debaterá o tema, mas mencionou que será representativa e que a formação do grupo ocorrerá apenas no segundo semestre do ano, provavelmente, em agosto.
Em linhas gerais, o texto proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) sugere que o aborto legal seja criminalizado acima de 22 semanas em todos os casos previstos, com pena equivalente à de homicídio simples, de seis a 20 anos de reclusão, inclusive nos casos de estupro. Atualmente, a pena média para estupradores é de seis a 10 anos.