Ditador Kim Jong-un acompanhou a exibição do arsenal norte-coreano ao lado de autoridades russas e chinesas.
INTERNACIONAL | Do R7, com AFP
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou um desfile militar em Pyongyang por ocasião dos 70 anos do armistício da Guerra da Coreia, no qual foram exibidos novos drones e mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear
A agência de notícias estatal KCNA divulgou, nesta sexta-feira (28), que o desfile contou com “aeronaves não tripuladas de reconhecimento e drones de ataque recém-desenvolvidos e produzidos que sobrevoaram” a praça Kim Il Sung “redobrando a alegria das pessoas que comemoravam”
“A emoção e a alegria do público aumentaram” quando o novo míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasong-18, com capacidade nuclear e combustível sólido, testado em abril e julho, apareceu na praça, disse a KCNA
As comemorações contaram com a presença de delegações da Rússia e da China, as primeiras visitas conhecidas ao país desde a pandemia
Kim “enviou uma calorosa saudação de combate” ao desfile, disse a agência de notícias norte-coreana, sem especificar se o líder fez um discurso
As imagens de satélite confirmaram que a Coreia do Norte realizou uma grande parada militar por ocasião deste aniversário na quinta-feira
As hostilidades da Guerra da Coreia (1950-1953) terminaram com um armistício em 27 de julho de 1953, mas um tratado de paz nunca foi assinado, o que deixa os dois países tecnicamente ainda em conflito
As relações entre os dois se deterioraram no ano passado para um dos piores níveis em décadas, com aumento dos testes militares do Norte e fortalecimento da cooperação de defesa entre o Sul e os Estados Unidos
Mas este ano, ao incluir convidados proeminentes de Moscou e Pequim, Pyongyang também “tenta enviar um sinal aos Estados Unidos e seus aliados de que, com relações fortalecidas com a Rússia e a China, a Coreia do Norte está militarmente preparada para lidar com as ameaças estratégicas de seus inimigos”, acrescentou.
“Todos esses atos implicam o surgimento de uma nova Guerra Fria na península da Coreia”, afirmou
Pequim é o mais importante aliado e principal benfeitor de Pyongyang, amizade forjada durante a sangrenta Guerra da Coreia, que contou com a participação de soldados chineses.
A Rússia é outro aliado histórico e uma das poucas nações com as quais a Coreia do Norte mantém relações amistosas.
Desde o início da guerra na Ucrânia, Kim Jong Un manifestou forte apoio a Moscou e, segundo os Estados Unidos, fornece inclusive armas às tropas russas, algo que Pyongyang nega.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, esteve presente nas celebrações do armistício e assistiu, na companhia de Kim Jong Un, a uma exibição com as últimas novidades do arsenal norte-coreano, como drones e mísseis intercontinentais.
A inclusão de convidados estrangeiros nestas comemorações é um primeiro indício de uma flexibilização do bloqueio autoimposto na Coreia do Norte durante a pandemia de covid-19.