O próprio presidente Ednaldo Rodrigues exigiu que a Conmebol intervenha. Torcida única na Libertadores. Mas o governo uruguaio não quer botafoguenses na partida de amanhã, entre Peñarol e Botafogo. Diz temer pela vida dos brasileiros.
A desculpa é a detenção de 270 uruguaios no Rio de Janeiro, na semana passada.
Eles estavam fazendo baderna, alguns até roubando, nas praias cariocas.
Tinham vindo para a partida entre Botafogo e Peñarol.
A polícia carioca fez como qualquer outra polícia do mundo.
Os prendeu.
Mas no Uruguai a notícia foi mostrada com alarde.
Como se fosse um ataque orquestrado dos soldados brasileiros.
Não uma reação lógico e justa ao vandalismo dos torcedores organizados.
A vingança não tardou.
O governo uruguaio deu o troco, movido pela pressão da opinião pública.
O clima é eleitoral, com o segundo turno das eleições presidenciais garantido, neste último domingo, dia 27.
O Ministério do Interior decidiu anunciar a proibição de botafoguenses no estádio amanhã.
Lógico que o peso da vitória por 5 a 0 dos brasileiros antevê uma festa do clube carioca, com a classificação para a final da Libertadores.
E é tudo o que o atual governo uruguaio não quer.
“Em virtude dos violentos incidentes que aconteceram no Rio de Janeiro durante o jogo de ida da Copa Libertadores entre Peñarol e Botafogo, decidimos proibir o acesso dos torcedores do Botafogo ao Campeón del Siglo para a partida de volta em Montevidéu. Essa medida responde a razões de segurança e busca evitar possíveis represálias que poderiam desencadear novos distúrbios entre as torcidas de ambas as equipes”, escreveu o ministro Nicólas Martinelli.
Só que as represálias já estão acontecendo.
Torcedores do Botafogo, que já haviam comprado ingressos antecipadamente, estão no Uruguai.
E relatam que está sendo ameaçados de agressão e sofrido com racismo nas ruas de Montevidéu.
A CBF está pressionando a Conmebol para que cumpra o regulamento da Libertadores.
E que o Peñarol, responsável pela segurança da partida, organize um esquema para os botafoguenses assistirem ao jogo.
Como aconteceu com torcedores uruguaios, na semana passada.
Os presos foram vândalos.
Mas a direção do clube não tem se mostrada solidária.
E avisou que seguirá a determinação do governo uruguaio.
A situação é vergonhosa.
O clima segue de total indefinição.
O medo de agressões aos botafoguenses é real.
Triste futebol da América do Sul…